O ensino a distância (EaD) veio para ficar. Visto como um fenômeno global, o EAD é uma modalidade de ensino cujo objetivo é o de oferecer um processo de aprendizagem completo e eficiente por meio de recursos tecnológicos.
A modalidade vem se consolidando como uma alternativa para as pessoas conquistarem seu diploma de nível superior, e consequentemente alcançarem o crescimento pessoal e profissional.
Luciano Roney Gauss entrou no NEaD/Ufersa em 2012, para o curso de Licenciatura em Matemática e concluiu o curso em 2016. Nessa entrevista, ele conta um pouco de sua trajetória durante os quatro anos que cursou a modalidade EaD. Gauss conta que no início foi bastante complicado para se adaptar a modalidade, mas que aos poucos, foi ajustando seus horários e rotinas, e o fato do curso ser à distância, fez com que ele rapidamente se adequasse ao ritmo do curso. “Em um curso a distância, é essencial manter uma disciplina de estudo para cobrir todas as cadeiras. Por que, de certa forma, o conhecimento a ser aprendido depende quase 100% do aluno”, conta ele.
Gauss concluiu seu mestrado em fevereiro de 2024 na Universidade federal do Ceará (UFC) e logo depois, já começou o seu doutorado na mesma instituição. “O curso me deu a oportunidade de conhecer a matemática profundamente. Diferente do que a maioria imagina que seja, a matemática estudada no superior é muito mais lógica e argumentativa do que apenas contas a serem feita. Essa descoberta me fez saber o lugar que eu queria estar”, conta Gauss.
Confira a entrevista completa:
– Por que escolheu o curso a distância?
Antes de entrar no curso, tentei o vestibular para o curso de Direito na UERN, mas percebi que não era a minha área e acabei nem indo fazer a segunda prova. Por sorte meu pai (que é professor de matemática) soube do curso a distância e me falou sobre as inscrições. Eu consegui uma nota razoável no ENEM e, com ela, consegui entrar no curso de Matemática a distância da UFERSA. Optei pela Licenciatura em Matemática a distância na UFERSA, porque, na época, morava em Grossos e acordar às 5 da manhã todos os dias me afastava da ideia.
– Em algum momento, pensou em desistir?
No início, tive dificuldades para organizar meu tempo e acompanhar o ritmo das disciplinas, especialmente quando o conteúdo ficou mais difícil. Mesmo assim, nunca pensei em desistir. Consegui ajustar minha rotina e, com a flexibilidade do ensino à distância, pude estudar à noite e de madrugada, quando a casa ficava mais silenciosa.
– O que você considera mais vantajoso no ensino à distância? E quais maiores dificuldades?
A principal vantagem do ensino à distância é a flexibilidade de horários, sem dúvida. Eu nunca fui uma pessoa diurna e isso me permitiu estudar nos momentos mais adequados para mim. No entanto, uma grande dificuldade foi aprender a me organizar sozinho. Em um curso a distância, é essencial manter uma disciplina de estudo para cobrir todas as cadeiras. Por que, de certa forma, o conhecimento a ser aprendido depende quase 100% do aluno.Outro desafio inicial foi a utilização das ferramentas para escrever Matemática na plataforma, mas isso melhorou com o tempo.
– Os materiais didáticos (vídeos, textos, atividades) estavam dentro da sua expectativa? Era de fácil entendimento?
Os materiais didáticos, especialmente os livros produzidos pela UFERSA, nos quais eu me apeguei bastante, foram muito úteis e bem didáticos, embora não substituíssem completamente o contato direto com os professores. Eu também complementava meus estudos com outros livros sugeridos pelos professores, o que me ajudou a aprofundar o conteúdo.
– Você conseguiu acompanhar o ritmo das aulas e atividades, considerando a complexidade do curso?
No início, tive dificuldade em acompanhar o ritmo. Como disse antes, eu não era muito organizado em questão de horários, tive que aprender a ter essa organização durante o curso.
– A comunicação com os professores foi eficiente, especialmente para tirar dúvidas?
As dúvidas eram resolvidas rapidamente nos fóruns de discussão, onde havia grande interação entre os professores, tutores e alunos. Isso facilitava a troca de ideias e a resolução de problemas.
– Os fóruns de discussão foram úteis para trocar ideias, debater resultados e aprofundar conhecimentos?
Com certeza. Os fóruns de discussão foram bastante úteis, tanto para esclarecer dúvidas quanto para promover debates entre os alunos e professores. A participação ativa dos tutores nos instigava a pensar e discutir o conteúdo de forma mais aprofundada. A meu ver, o fórum é uma das principais ferramentas. A muitos pontos no conteúdo que eu não conseguia ver sozinho e às vezes esses pontos eram abordados nos fóruns, ou por ser uma dúvida de outro aluno, ou o professor/tutor inicia o debate sobre para gerar uma discussão com a turma.
– As avaliações (provas, trabalhos, seminários) foram claras e alinhadas com os objetivos do curso?
As avaliações, que incluíam provas, seminários, listas de exercícios e trabalhos, estavam bem alinhadas para formar professores. Essas atividades ajudavam a consolidar o conteúdo e a desenvolver habilidades importantes para a docência.
– O que mais gostou ao longo do curso?
Gostei muito das experiências acadêmicas e pessoais que o curso me proporcionou. Fui bolsista do PIBID, publiquei trabalhos com colegas e participei de eventos acadêmicos em outras universidades, o que ampliou minha visão e me motivou ainda mais a continuar estudando matemática. Conheci pessoas que foram fundamentais para minha formação, um exemplo é o professor Antonio Ronaldo Garcia, que me orientou na graduação.
Além disso, o curso me deu a oportunidade de conhecer a matemática mais profundamente. Diferente do que a maioria imagina que seja, a matemática estudada no superior é muito mais lógica e argumentativa do que apenas contas a serem feita. Essa descoberta me fez saber o lugar que eu queria estar.
– Houve algum momento marcante na sua trajetória após a graduação?
Após me formar, percebi que havia algumas lacunas a preencher. Logo depois da graduação, participei de um curso de verão em Análise Real na UFPB, em João Pessoa, que me ajudou a aprofundar meus conhecimentos em uma área mais avançada da Matemática. Esse verão de matemática foi que me despertou para a área acadêmica. Até então eu não tinha conhecimento desse tipo de evento.
Cursei o mestrado acadêmico em matemática na UFC, concluindo em fevereiro de 2024. Atualmente, estou cursando o doutorado na mesma instituição, tendo iniciado em agosto de 2024.